domingo, 6 de novembro de 2011

Conferência&Oficina no dia 19 de Janeiro de 2012, no Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa

The sound of Archaeology
by Cajsa Lund
 
 
Lecture and workshop – listen and enjoy!

Nowadays – in the modern world – we hear sounds almost continuously. In prehistoric times there was more silence. Today most sounds come from gadgets and machines. In prehistory, sounds from nature – man’s environment – predominated. Can we have any understanding of how people listened then?
It is even more difficult to determine what kind of music may have existed in prehistoric times. The knowledge is necessarily based on surviving material traces of music and music-related activities.
Music archaeology is today an accepted term for such research which attempts to describe, explain and reconstruct music and other non-verbal sounds on the basis of archaeological finds. Every single find is really a decodable indicator of sound production. The potsherd and the refuse pit, the plough furrow and the foot imprint – all of these offer clues concerning vanished soundscapes. But the main sources of music archaeology are preserved sound-producing artefacts and pictures of them.
Some of the artefacts were clearly made for sound production, for examples bells and bone flutes with finger holes. In other cases we are faced with exciting questions. What about tubes of bone with beveled ends? Are they whistles or are they something completely different?

Workshop
In the workshop you can have a closer look at the sounding artefacts and discuss them with Cajsa S. Lund, such as buzzers, bullroarers, lithophones, jew’s harps, scrapers and many other finds from prehistory and the medieval ages. You can try out some of the instruments, and also make your own traditional sound tool of nuts and sea mussels!

This activity was proposed and organized by the Direction of ANIMUSIC with the cooperation of the Museu Nacional de Arqueologia in Lisbon - we thank the Museum and its Director Luís Raposo, who kindly welcomed this event.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SIMPÓSIO INTERDISCIPLINAR 2011

‘LE MIROIR D’UN MOMENT’:
CULTURA FRANCESA, INOVAÇAO E PIONEIRISMO


INTRODUÇÃO

A Associação Nacional de Instrumentos Musicais (ANIMUSIC), em conjunto com a Unidade de Investigação em Música e Musicologia da Universidade de Évora e com o apoio da Juventude Musical Portuguesa - Delegação do Porto, organiza o segundo Simpósio Interdisciplinar sob o tema: "Le miroir d’un Moment”: Cultura Francesa, Inovação e Pioneirismo". Subjacente a esta iniciativa está a vontade de proporcionar, num espaço e tempo, um encontro de especialistas em áreas diversificadas que, sobre uma temática, partilhem entre si conhecimento e experiências. Para além de se promoverem participações nacionais e estrangeiras, em número que não prejudique o desejado interrelacionamento, incluímos na programação momentos de música, poesia e teatro. Oferece-se um período limitado para comunicações livres (propostas (20 minutos) a serem enviadas até ao dia 15 de Novembro).

Convidamos a um olhar sobre o Simpósio do ano transacto em: http://animusic-portugal.blogspot.com/2010_10_01_archive.html. Em 2011 será realizado no dia 3 de Dezembro na sede da JMP-Porto (Rua da Restauração, n.º 418), das 10h às 19h.

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TEMÁTICA
Entre as efemérides para 2011, ressaltava o centenário da editora Gallimard e da sua Nouvelle Révue Française, um marco da, então dominante, cultura francesa – daí, a escolha deste “momento” (alusão ao poema de Paul Éluard com o mesmo título, publicado em Capitale de la Douleur) – que desde o século das Luzes impunha os seus cânones linguísticos, artísticos ou até das modas. O “Francesismo” – e seguimos a definição proposta por Álvaro Manuel Machado (1984) – como imagem e influência da “douce”, “belle” ou, para nós, chère França, cujo idioma era reconhecido como expressão da diplomacia, da filosofia, enfim, do conhecimento, linguagem da sensibilidade, da estética, como tão bem a Música expressa, “com tudo o que a cultura, como fenómeno múltiplo e complexo, implica: vida social, formação de elites, literatura, ensino, ideologia”.
A cultura francesa como veiculadora de ideias novas, de vanguarda (avant-garde), do tão apregoado empenhamento (engagement) com o tempo e o modo. Isto com tudo o que acarreta uma Weltschauung (mundividência): ideal cosmopolita, centro difusor de uma civilização, enquanto sinónimo de cidadania, urbanidade e, porque não, urbanismo, ao mesmo tempo elo e charneira entre Norte e Sul, opondo-se a um certo provincianismo patriótico ou patrioteiro – patente, por exemplo, a partir dos panfletos                        anti-napoleónicos…
Esta presença é testemunhada pelos autores constantes nas bibliotecas domésticas da época: Comtesse de Gencé – generalizadora da tão aclamada corbeille das noivas… – Ponson du Terrail, Bellot, Dumas Filho, enquanto a Bibliothèque Rose ditava os gostos no feminino. O “tocar piano e falar francês” correspondia ao “saber estar” em sociedade, ao “adequado”, de acordo com regras generalizadas pelos manuais de civilidade e etiqueta.
Tudo isto gostaríamos de recordar, não numa perspectiva nostálgica ou saudosista, mas tendo como exemplo o caminho aberto por pioneiros, vanguardistas, inovadores. Aí fica para todos os que quiserem trilhá-lo “avec sa vérité”, “avec sa réalité”.
Olga Ribeiro, da Comissão Organizadora
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terça-feira, 17 de maio de 2011

Curso "Sons da Pré-História" - introdução

SONS DA PRÉ-HISTÓRIA // SOUNDS FROM PRE-HISTORY

CURSO-LIVRE   |  OFICINA DE ARQUEOLOGIA EXPERIMENTAL


WORKSHOP ON EXPERIMENTAL ARCHAEOLOGY: from clay to skin - construction of instruments based on pre-historic models

Do barro à pele: construção de tambores baseados em modelos pré-históricos 

(cartaz aqui)


INTRODUÇÃO

Convidando para uma visita à criatividade de um tempo distante, a ANIMUSIC propõe um curso-livre sobre a construção de instrumentos pré e proto-históricos, aproveitando o longo fim-de-semana que engloba o Dia de Portugal. É uma oficina essencialmente prática, em que os participantes conhecem diferentes processos de moldagem do barro e fazem o seu próprio vaso (sem fundo), em que se constrói o forno para a cozedura dos vários objectos (incluindo algumas pequenas flautas e trompas), em que se prepara a pele com lascas de pedra, em que se aprende a fazer fios e cordas com técnicas primitivas e em que se finalizam os tambores esticando as peles sobre o vaso com métodos diversos. O curso tem a duração de quatro dias, num total de 24 horas, e, tempo permitindo, é quase totalmente realizado ao ar livre. A formação é oferecida pelo Professor François Moser, francês com larga e intensa carreira em arqueologia experimental, sendo aberto a todas as idades, independentemente da sua ligação profissional. A data limite de inscrição é nos finais de Maio – existindo um número limitado de 20 vagas que, por experiências anteriores, são preenchidas com antecedência, é por isso facultada uma lista para suplentes. O preço do curso (80€, 70€ para membros da ANIMUSIC) inclui o material, todo o processo de fabricação e aprendizagem de variadas técnicas relacionadas com arqueologia experimental, bem como a oferta dos tambores construídos pelos participantes. O curso realiza-se no Centro Cultural Raiano (Idanha-a-Nova), de 10 a 13 de Junho de 2011, integrado no Festival da Paisagem, e as inscrições estarão em breve disponíveis através da ANIMUSIC (poderá ser também consultado o curso realizado em 2010, sob a etiqueta "arqueologia experimental") ou da Naturtejo (http://www.naturtejo.com/conteudos/pt/home.php), sendo esta a entidade que secretaria o curso. Organização/apoios: ANIMUSIC, Naturtejo, Unidade de Investigação em Música e Musicologia da Universidade de Évora e Câmara Municipal da Idanha-a-Nova.

OBJECTIVOS
- Esclarecer o público geral sobre os instrumentos pré-históricos, com aplicação prática (tambores e outros exemplos).
- Transmitir conhecimentos de arqueo-musicologia e consciencializar sobre a dimensão criativa, musical e metafísica (no sentido abstracto) dos seres humanos pré-históricos.
- Informação sobre o carácter científico das reconstituições e contextualização da arqueologia experimental (apresentação do argumento das cerâmicas sem fundo, hipóteses de utilização, técnicas pré-históricas de fabricação conhecidas, comparação com técnicas da era moderna, estado actual da investigação).
- Fomentação de actividades ao ar livre e de índole ecológica.
- Criatividade e expressividade artística.

PARTICIPANTES
- Crianças com acompanhamento de adultos (a partir dos 8 anos), jovens, adultos e idosos.
- Número limitado de participantes: mínimo 10, máximo 20 (número superior sujeito a aprovação por parte dos professores). Faculta-se uma lista para suplentes.

Curso "Sons da Pré-História" - programa

SONS DA PRÉ-HISTÓRIA

OFICINA DE ARQUEOLOGIA EXPERIMENTAL

PROGRAMA
(também aqui)



6ª-FEIRA, 10 de Junho de 2011
14:00-15:00
Introdução aos modelos pré-históricos de instrumentos musicais.
Introdução à arqueologia experimental.
15:00-19:00
Conhecimento de diferentes tipos de argila e utilização de argila natural em experimentação.
Modelagem de barro; ensino de duas técnicas de construção de vasos sem fundo com argila preparada.


SÁBADO, 11 de Junho de 2011
10:00-12:00
Continuação da modelagem de barro, construindo vasos sem fundo em diferentes modelos.
14:00-19:00
Construção do forno (sistema de chama directa).


DOMINGO, 12 de Junho de 2011
10:00-12:00
Introdução à organologia, com exemplos ligados a experimentação baseada em estudos icono-gráficos (nomeadamente instrumentos pré-históricos e medievais).Início da cozedura.
14:00-18:00
Inserção dos objectos no forno e início da cozedura do barro.
Preparação das peles.
Aprendizagem de diferentes metodologias para a fabricação de cordas, fios, etc. (esparto e outros materiais).
14:00-19:00
Cozedura e finalização.


2ª-FEIRA, 13 de Junho de 2011
10:00-12:00
Abertura do forno.
Extracção dos objectos do forno e limpeza.
Início da montagem dos tambores.
14:00-16:30
Continuação da montagem dos tambores.
Indicações para o tratamento e conservação dos diferentes materiais.
17:00
Encerramento do curso.


OBSERVAÇÕES:
- O curso é dado essencialmente em francês, com tradução para português e inglês.
- Contamos com pausas para café, dependendo do trabalho em curso, e o horário é flexível, seguindo sequencialmente as fases de construção dos instrumentos.

sábado, 26 de março de 2011

Pioneiros, em NÜRNBERG

Uma das instituições que mais desenvolveram a investigação organológica é o Germanisches Nationalmuseum em Nuremberga, Alemanha, num impulso iniciado nos anos 60, com a direcção de John Henry van der Meer e o trabalho de Friedemann Hellwig (http://www.hellwig-hamburg.de/).

O Museu adquiriu, já em 1968, um aparelho (Siemens "Kristalloflex II", com uma actualização em 1977) que permitia efectuar Raios-X de instrumentos de grandes dimensões com uma só impressão. Tivemos ocasião de observar o conservador Klaus Martius a fazer uma radiografia de um instrumento iraniano, o qual estava a ser estudado e desenhado, sendo por isso importante o conhecimento da estrutura interna do objecto.

K. Martius coloca o objecto sobre a placa de Raios-X

Com óptimas instalações, que incluem uma oficina com equipamento para trabalhar madeira e metal, um grande laboratório com utensílios, máquinas e todo o tipo de material, uma sala com estiradores (para desenho técnico), mesas de trabalho e computadores, e uma outra sala com mesa de luz e outro equipamento. Nesta encontra-se um instrumento de medição do interior de tubos, só se conhecendo cerca de 5 máquinas deste tipo no mundo. A extracção das medidas é calculada para ser feita automaticamente a cada milímetro (o sensor é colocado em dois diâmetros perpendiculares), com a comunicação de dados feita directamente para o computador, daí resultando tabelas e gráficos imediatos.

K. Martius confere a posição do objecto a ser medido
 Durante o tempo em que a ANIMUSIC esteve presente para este trabalho de pesquisa decorriam as secções fotográficas do projecto MIMO. Observámos a qualidade e sofisticação na elaboração das fotografias (a meta é conseguir imagens de todos os instrumentos do museu), com um cenário especialmente montado, na galeria, para esse efeito.

Colocação de um instrumento para fotografia (MIMO)

 A ANIMUSIC agradece a oportunidade para estudar diversas técnicas de investigação organológica com o apoio do excelente técnico Klaus Martius, sendo reconhecida à Direcção do Departamento de Instrumentos Musicais, Dr. Frank Bär, por ter facultado esta aproximação.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

LEMA PARA 2011

Novos membros, mais ideias...


Eis o lema que foi sugerido para o ano de 2011:
«Não dependemos, fazemos!»

Não será demais fazer notar que todos os trabalhos realizados têm sido sem remuneração, e que não recebemos qualquer subsídio para a organização administrativa. Cada actividade é realizada com apoios específicos, que podem ser oferta de espaço físico, transporte, refeições, alojamento ou mesmo o pagamento das acções aos formadores. Procuramos, por outro lado, que nos sejam proporcionadas condições para prosseguirmos a investigação em Portugal, nomeadamente com a compra de material e equipamento, uma vez que as horas laboriais não são contabilizadas - é trabalho voluntário. É através do esforço contínuo, dos resultados e de projectos em curso ou futuros que justificamos a procura de apoio, atendendo a que não existem fins lucrativos e que doamos o trabalho à comunidade.